quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Véspera da felicidade



Escrevo no coração
as memórias das mulheres que ainda sinto
e no movimento involuntário das sensações
vou baloiçando na inconsciência do sentir.
Nos corredores da decadência
aperto a Primavera nos braços,
prolongo o hábito único de sonhar.
Tiro fotografias ao prazer
e revelo os sentimentos na penumbra da dor.
Releio as ilusões com o crepúsculo do olhar,
esmago a mágoa com a força da loucura.
Beijo o desassossego
e sinto-me na véspera da felicidade,
como se o amanhã fosse um invólucro selado
escondido no infinito de mim mesmo.

Alberto Pereira

Poema do livro "O áspero hálito do amanhã"

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