quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alberto Pereira vence XIV ed. do Concurso de poesia Agostinho Gomes

Alberto Pereira venceu a XIV edição do Concurso de Poesia Agostinho Gomes, com o trabalho intitulado , "A idade parada é um lugar que já não volta".
A cerimónia de entrega de prémios decorreu no dia 22 de Novembro na Biblioteca Ferreira de Castro em Oliveira de Azeméis.
O autor publicou recentemente o livro "Poemas com Alzheimer", pela Editora Glaciar.

http://www.bm-ferreiradecastro.com/documentos_bmfc/concurso_poesia_agomes/14/premiados.pdf

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Poemas com Alzheimer de Alberto Pereira - Desconto para a insegurança social



Poema I do livro "Poemas com Alzheimer" de Alberto Pereira
"Desconto para a insegurança social"

 Lançamento do livro - 19/10/2013 às 16h30m

Biblioteca-Museu República e Resistência
Rua Alberto Sousa, 10A
Zona B do Rego
Lisboa

Apareçam.

Alberto Pereira

Poemas com Alzheimer de Alberto Pereira - Os adjectivos estão velhos (por José-António Moreira)



Poema XI do livro "Poemas com Alzheimer" de Alberto Pereira

Lançamento do livro - 19/10/2013 às 16h30m

Biblioteca-Museu República e Resistência
Rua Alberto Sousa, 10A
Zona B do Rego
Lisboa

Apareçam.

Alberto Pereira

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Antologia da Moderna Poética Portuguesa



No próximo Sábado, 02 de Março, 15h, Teatro Rivoli, Porto, lançamento da ANTOLOGIA DA MODERNA POÉTICA PORTUGUESA, da Seda Publicações, na qual participo. 
O evento está inserido no conjunto de actividades culturais paralelas ao Fantasporto.

"Esta antologia, pretende ser representativa do que de melhor se produz em poesia na actualidade e conta com a participação de 42 poetas.

Alberto Pereira, Alice Caetano, Alice Macedo Campos, Ana Bárbara Santo António, Ana Carvalho, Ana Homem de Albergaria, Ana Paula Mabrouk, André Lamas Leite, António Carlos Santos, Armando Moreira, Carla Marques, Catarina Nunes de Almeida, Cristiano Duna, Delfina Antunes, Eduardo Leal, Emílio Miranda, Filipa Leal, Francisco Pipa, Gustavo Brandão Nascimento, Jessica Neves, Joaquim Fernando Fonseca, Jorge Vicente, José Duarte, Luísa Azevedo, Manuela Ferreira, Manuel Capelo, Maria João Cantinho, Maria Nóbrega, Marta Dias, Miguel Braamcamp de Mancellos, Paulo Alexandre Castro, Paulo Assim, Pedro Diamantino, Ricardo Gil Soeiro, Rosa Maria Ribeiro, Rui Fonseca, Rui Miguel Duarte, Rui Tojeira, Rui Vasqueiro, Teresa Almeida, Teresa Brinco de Oliveira e Vicente Ferreira da Silva."

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Herberto Helder / Havia um Homem que Corria pelo Orvalho Dentro



Havia um homem que corria pelo orvalho dentro.
O orvalho da muita manhã.
Corria de noite, como no meio da alegria,
pelo orvalho parado da noite.
Luzia no orvalho. Levava uma flecha
pelo orvalho dentro, como se estivesse a ser caçado
loucamente
por um caçador de que nada se sabia.
E era pelo orvalho dentro.
Brilhava.

Não havia animal que no seu pêlo brilhasse
assim na morte,
batendo nas ervas extasiadas por uma morte
tão bela.
Porque as ervas têm pálpebras abertas
sobre estas imagens tremendamente puras.

Pelo orvalho dentro.
De dia. De noite.
A sua cara batia nas candeias.
Batia nas coisas gerais da manhã.
Havia um homem que ia admiravelmente perseguido.
Tomava alegria no pensamento
do orvalho. Corria.

Ouvi dizer que os mortos respiram com luzes transformadas.
Que têm os olhos cegos como sangue.
Este corria, assombrado.
Os mortos devem ser puros.
Ouvi dizer que respiram.
Correm pelo orvalho dentro, e depois
estendem-se. Ajudam os vivos.
São doces equivalências, luzes, ideias puras.
Vejo que a morte é como romper uma palavra e passar

— a morte é passar, como rompendo uma palavra,
através da porta,
para uma nova palavra. E vejo
o mesmo ritmo geral. Como morte e ressurreição
através das portas de outros corpos.
Como uma qualidade ardente de uma coisa para
outra coisa, como os dedos passam fogo
à criação inteira, e o pensamento
pára e escurece

— como no meio do orvalho o amor é total.
Havia um homem que ficou deitado
com uma flecha na fantasia.
A sua água era antiga. Estava
tão morto que vivia unicamente.
Dentro dele batiam as portas, e ele corria
pelas portas dentro, de dia, de noite.
Passava para todos os corpos.
Como em alegria, batia nos olhos das ervas
que fixam estas coisas puras.
Renascia.


Herberto Helder, in "A faca não corta o fogo"